segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

ônibus


Como falar dessa complexidade. Qual o recorte,qual a voz dissonante que arrota goiabada com queijo?
Onde e por que estou nesta indigestão ácida temperada de noz moscada?O que fazer dos intestinos,dos orifícios e da boca oca e despressurizada pela respiração ofegante?
Pequenos trombos explodem na pele e desenham processos sanguineos incontroláveis . O fluxo da vida saindo pelos póros e outras extremidades, no final da linha.
No ponto final do ônibus,desembarcam os passageiros exaustos para qualquer reflexão. De dentro da metáfora,não se percebe os outros deslocamentos que ocorrem no percurso.
As palavras se movimentam com as pessoas na procura de um lugar substantivo. Imóvel, seguro. O ônibus atropela todos. 2010 o ano transporte coletivo.

Um comentário:

  1. Querida Perplexa. Querida Serena.

    O caminho é trombolítico, entupido. Acizentado bem lá onde o bronze vira branco. Um branco bronzeado. Na cor que pinta o formato da cabeça. Dentro da noz que é mascada. No queijo que azeda a terceira goiaba.

    Como você mesma ensina, 'é o fluxo da vida saindo'. Sim, 'é o fluxo da vida saindo'. Fale assim, é, assim em voz alta: 'é o fluxo da vida saindo'.

    Enquanto no grito a própria vida excede. E exxceddee. Fora do lugar comum. Pra fora.

    Abraços ocidentais. Acidentais. Os tais.


    Felipe

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