quinta-feira, 1 de outubro de 2009

11.. espelhos





Penso, vivemos no deserto da incomunicabilidade por excesso de informação e especialização. Parece que existe um espelho em cada monitor e uma incapacidade de olhar para fora. Digito, deleto,salvo.Salve-se quem puder.Mergulho de cabeça nos blogs e procuro, incessantemente,pessoas que compartilhem comigo um singelo pixel.
Não tenho nada para fazer marketing da minha pessoa.. Já apelei para o grotesco,o hilário e o escatológico. Já pousei nua,já expus minhas rugas,verrugas e outros pontos cardeais. Me olho no espelho veneziano esperando que a pompa bizantina revele sinais desconhecidos.
Talvez a ruga vertical, que cava uma fenda na face,dividindo-a em dois hemisférios, me sirva de marca.Marca da contradição que me divide em orientes e ocidentes. Cartografia que exibe sem pudor as linhas do tempo e a memória do não. Não pode,não combina,não existe,não sinta, não arrote,não respire. Sobreviva.

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